
Resenha Crítica do Livro 1968 –O ano que não terminou
O livro tem inicio em uma festa de reveillon na casa de Helô ,onde era ponto de encontro de grandes figuras da época,entre eles artistas,escritores,jornalistas
Formadores de opinião e futuros ícones de 1968,o livro começa relatando uma insatisfação social que já havia acontecendo em anos anteriores e que estava prestes a estourar com força total,todo tipo de rebeldia era aceito para justificar a revolta da sociedade, com a mesmice.
Alguns valores morais estavam sendo ultrapassados ou melhor destruídos,ao menos ouve a tentativa de destruir valores,como o casamento, a monogamia, a fidelidade.Apareciam os primeiros casais que se diziam ter uma relação “Aberta”, as mulheres ganharam uma ousadia melhor para destruir os tabus,era
Auge do feminismo,buscavam libertação dos valores patriarcais,ganharam mesmo que discriminado o uso da pílula anticoncepcional,até a moda refletia esse momento de ousadia com a minissaia.Os valores familiares perdiam força,era normal os filhos se rebelarem contra seus pais,vários pensadores da época afirmam que a juventude de 1968 foi a mais politizada e intelectualizada,eram regados a livros, alguns diziam que era a ultima geração dos grandes escritores, a rádio estava perdendo força para a televisão, mas esta ultima estava longe de atingir o poder que possui hoje, o meio de comunicação que possuía mais impacto e alcance era o jornalismo impresso por jornais e revistas, mas o que as pessoas queriam mesmo ver na mídia era: Roberto Carlos,Caetano Veloso,Chico Buarque e mundialmente os Beatles.O cinema também ganhava força,ainda não tinha uma conotação tão comercial,era algo tão romântico quanto a poesia em anos anteriores.o cinema brasileiro precisava ser elogiado pela crítica internacional para ser apreciado no próprio país,entre algumas obras de destaque nacional estão:Macunaíma,Garota de Ipanema e Dragão da maldade, internacionalmente Havia uma onda de cinema ‘’cult” pelos filmes de Jean Luc Godard. Até a literatura compactuava com o boom de revolução,entre a lista dos mais vendidos se encontrava os best sellers de nomes como Marx, Mão Tse Tung, Che Guevara e Marcuse, livros preferidos dos estudantes,que se iniciavam como lideres estudantis e acabariam como grandes nomes da política brasileira.
Ao analisarmos esses fatos sem duvida nenhuma medimos a importância dos acontecimentos de 68 que nada mais é de um processo que esperava pra explodir desde anos anteriores,de uma geração regada há excessos e como Bob Dylan falou era uma juventude que possuía ideais.acredito que possa ser chamado de um ano que não terminou pelo legado que nos deixou,iniciaram processos sócio-culturais com a esperança de que a geração seguinte terminasse, é claro que em partes não posso deixar de concordar com alguns autores que diziam que 68 foi uma histeria coletiva, em parte essa afirmação é um absurdo mas faz sentido se analisarmos que muita gente que fazia parte das manifestações, não possuía ideais algum, e estavam ali apenas pela bagunça e divertimento,mas é claro que o dilema “ sexo,drogas e rock and roll” apenas pegou carona num dos maiores processos revolucionários do mundo contemporâneo.
Hoje esses acontecimentos fazem aniversário de 40 anos e vemos que dificilmente serão esquecidos, muitos anos vão se passar e 1968 ainda será festejado,para alguns com aquele gostinho de nostalgia,para outros com a repulsa de trazer algo morto de volta a vida.